RESUMO
O trabalho discute as principais barreiras enfrentadas pelos adolescentes na adesão à terapia antirretroviral em um contexto específico: o Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital dos Servidores do Estado, na cidade do Rio de Janeiro. A faixa etária compreendida neste estudo foi de 10 a 24 anos seguindo critérios da Organização Mundial da Saúde e do Programa de Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde. Os pacientes foram previamente selecionados a partir da análise de seus dados disponíveis nos prontuários e de entrevistas semi estruturadas realizadas com a médica e a enfermeira responsáveis pelo ambulatório. Entre os adolescentes selecionados, foram entrevistados oito pacientes, seis do sexo feminino e dois do sexo masculino, de 18 a 24 anos. A partir do material obtido nas entrevistas foram definidas as seguintes dimensões de análise: revelação/aceitação; viver com HIV e AIDS; suporte da equipe de saúde e da família e cumprimento terapêutico, e sua relação ao processo de adesão aos antirretrovirais. Os adolescentes enfatizaram as principais dificuldades enfrentadas no dia a dia: preconceito, discriminação e estigma, que podem causar sentimentos que tendem a deixá-los vulneráveis ao abandono do tratamento. A aceitação da doença é um processo constante, sempre momentâneo e pontual. O apoio dos familiares e da equipe de saúde, através do grupo de jovens foram primordiais no processo de adesão ao tratamento. Todos os adolescentes, embora reconheçam a importância de ingerir seus medicamentos corretamente, relataram dificuldades para seguir o tratamento à risca...